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segunda-feira, 11 de abril de 2011

Inveja e ciúme






Todas as pipas foram feitas para voar, mas algumas às vezes ficam presas em galhos de árvores e fios elétricos, interrompendo sua experiência. Mas também para voar, as pipas precisam de alguém que as segure, que lhes dê linha quando há um vento propício e saiba guiá-las para não cair. 

Poderíamos pensar que, cortando a linha, a pipa poderia voar mais alto, mas não é bem assim. Quando a linha é cortada, estando no alto, a pipa começa a cair.

Certa vez um menino confeccionou uma pipa e se sentia tão feliz que desenhou um sorriso nela. Todos os dias, alegremente ele empinava a pipa. 

A pipa também se sentia feliz e, lá do alto, observava a paisagem e se divertia com as outras pipas que também voavam. 

E foi lá do alto que a pipa viu uma lagarta que não tinha nada de especial, mas tinha um olhar encantador. Assim, a pipa resolveu romper a linha para a  lagarta segurar.

A lagarta segurando a linha via a pipa voar e quando retornava, a pipa contava tudo o que tinha visto.
Acontece que a lagarta começou a ficar com inveja e ciúme da pipa. 
Invejar é ficar infeliz com as coisas que os outros têm e nós não temos. Ter ciúme é sofrer por perceber a felicidade do outro quando a gente não está perto.

Por causa desses sentimentos, a lagarta começou a pensar: se a pipa gostasse mesmo de mim, não ficaria tão longe assim...
Foi por isso que quando a pipa retornava de seu voo, a lagarta não se mostrava feliz, já não não tinha interesse no que a pipa tinha aprendido, só queria saber com quem a pipa estivera se divertindo.

A partir daí, a lagarta começou a encurtar a linha, não permitindo à pipa voar alto. Foi encurtando a linha, até que a pipa só podia mesmo sobrevoar sobre a lagarta.
Esta história ainda está acontecendo em algum lugar neste exato momento. Há três finais possíveis:
  • A pipa cansada pela atitude da lagarta, resolveu romper a linha e procurar uma mão menos egoísta.
  • A pipa mesmo triste com a atitude da lagarta, decidiu ficar e nunca mais sorriu.
  • A lagarta, na verdade, descobriu que não precisava mais ter inveja ou ciúme, quando em um belo dia de sol, ela se transformou numa linda borboleta e as duas voaram juntas...


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Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.

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