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sexta-feira, 14 de junho de 2019

Erotomania, um transtorno delirante de amor...





Você conhece uma pessoa e logo se sente como se estivesse nas nuvens. Mesmo que não haja nenhum vínculo, você passa a acreditar que é amada, principalmente se a outra pessoa tem uma posição social mais elevada ou que, de alguma maneira, parece inatingível. Embora você possa acreditar que está apaixonada, na verdade você está sofrendo de um transtorno psicológico chamado Erotomania. 

Também conhecida como Síndrome de Clérambault, essa convicção delirante costuma se manifestar em mulheres por volta dos 30 anos, havendo alguns poucos casos em homens. Geralmente esse transtorno acomete mulheres solteiras ou que vivem sozinhas. E por que elas não percebem o equívoco? A resposta é simples: embora isso seja fruto de um delírio, essas pessoas acreditam que é real.

Muitos são os casos em que artistas, celebridades e pessoas que detém algum destaque social, sejam alvos das mulheres que sofrem de Eritomonia.  Elas interpretam erroneamente alguns sinais: talvez um sorriso ou uma palavra agradável são percebidos como uma correspondência de seus sentimentos.  A ideia delirante gira em torno de uma relação idealizada de amor romântico.






Quem sofre de Erotomania acredita em uma história de amor, que na verdade nunca começou. Em alguns casos, a pessoa se refere a essa relação como uma união espiritual com seu suposto par. Assim a Erotomania vai sendo construída pouco a pouco com base em gestos que supostamente o outro demonstra, mesmo que não seja o que realmente acontece. 

Um olhar, um aceno ou um sorriso podem ser interpretados como símbolos de amor secreto por parte da pessoa que sofre desse transtorno. Às vezes o objeto da ilusão nem existe na realidade. Quem sofre de transtorno delirante não consegue discernir o que é real e o que é imaginado. 

A principal característica desta doença é a presença de delírios, crenças inabaláveis em algo falso ou sem base na realidade. Esses delírios também envolvem o medo de estar sendo seguido, de ser envenenado, ser vítima de traição, conspiração etc. Alguns podem também ter delírios de grandeza e se achar muito importante. 






Não raro podem perseguir e atacar o objeto de sua ilusão. O pior acontece quando a suposta pessoa amada se manifesta e nega qualquer vínculo. A partir daí essa pessoa que sofre de Eritomania vai criar qualquer tipo de motivo que seja capaz de justificar essa rejeição, como, por exemplo, que o outro não está consciente do seu profundo sentimento ou que é tímido e tem dificuldades de se expressar na frente de outras pessoas. 

Geralmente a síndrome segue uma evolução ordenada, passando pelos estágios de esperança, despeito e rancor. A princípio a pessoa Erotomaniaca pode desejar ter relações sexuais com o objeto de seu amor delirante, podendo tentar seduzi-lo para esse fim. A rejeição pode se transformar num duro golpe emocional, por isso esse tipo de delírio pode ser muito grave e, às vezes, persistente, precisando assim de tratamento psicológico e em alguns casos psiquiátrico. 

Em casos extremos a pessoa pode inclusive construir falsas realidades, como relações sexuais que não existiram, gestações psicológicas ou comportamentos obsessivos de controle da outra pessoa. Fica aqui um alerta: falsas acusações podem ser feitas ao objeto amado, muitas vezes motivadas pelo desejo de vingança. A cura é possível, desde que a pessoa reconheça a armadilha que construiu para si...



sexta-feira, 7 de junho de 2019

A vida não é um conto de fadas




Você pode fazer de conta, que em breve a maldade estará presente apenas nos enredos de ficção e num passado distante. Que a humanidade está entendendo finalmente que, cada um colhe conforme o que planta. 

Que é mais sábio e saudável semear bondade e doação. Que a violência nunca mais será combatida com meios ainda mais agressivos e que as minorias se juntarão à sociedade como um todo.

Você pode fazer de conta, que as pessoas sempre corresponderão ao que esperamos delas. Que nos retornarão nada menos do que aquilo que lhes dedicamos, numa via de mão dupla equacionada e justa. 

Que não haverá inveja, pois torceremos verdadeiramente pelo sucesso alheio, sem falsidade, sem difamações nem fofocas veladas pelos cantos e pelas esquinas.

Você pode fazer de conta, que nunca estaremos rodeados por gente chata e preconceituosa ou por gente enxerida e fofoqueira. E que ninguém nos questionará por atitudes que dizem respeito somente a nós mesmos. 

Que poderemos amar a quem quisermos e como quisermos, pois compreenderão que não estaremos machucando ninguém, apenas usufruindo do que sentimos e temos coragem de assumir.

Você pode fazer de conta, que fomos criados para fazer as coisas durarem, inclusive o amor. Que todos os relacionamentos irão persistir, resistir e sobreviverem ao desgaste que a crueza do cotidiano imprime aos convívios entre amantes, amigos, colegas de trabalho. 

Que iremos nos apaixonar todos os dias por quem já está ao nosso lado até o fim de nossas vidas, fortalecendo a união por meio da superação de cada entrave.

Você pode fazer de conta, que nunca ninguém sairá de nossas vidas, nunca nos deixarão desamparados, solitários, tristes, pois ninguém nos usará a seu bel prazer, por motivos egoístas, tratando-nos como objetos. 

Que o amor será algo por que se lutar. Será o motivo primeiro que sustentará as lutas diárias, tanto no enfrentamento de nossos fantasmas pessoais, quanto no fortalecimento do casamento, da amizade, do convívio social.

Porém, nada adiantará somente esperar ou iludir-se. É preciso enfrentar com lucidez tudo isso ou viveremos de ilusões, de faz-de-conta. A vida vai nos decepcionar, vai nos esfolar e nos derrubar, pondo à prova a nossa determinação em continuar, em seguir, em caminhar firmemente em busca do que é nosso. É assim que ela ensina. 

Ou enfrentamos conscientemente esse turbilhão de surpresas que temos pela frente ou estagnamos nosso potencial de ser feliz através de falsas ilusões escapistas e paralisantes. 

Assim registra aquele famoso provérbio: "É na superação das tempestades emocionais, que sorveremos com maior intensidade todos os prazeres e milagres que a vida felizmente também nos reserva, com generosidade, a cada novo despertar...



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Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.

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