A cada dia 8 de março muitas mulheres ficam satisfeitas em ganhar um presentinho do chefe ou uma rosinha mal embrulhada em um papel celofane, mesmo que recebam um irrisório salário e tenham condições indignas de trabalho. Tudo isso sem considerar os assédios e mal tratamento que sofrem anos após anos no trabalho.
É essa ingênua atitude feminina que colabora para que não tenham respeito pessoal e reconhecimento do seu trabalho, fazendo que a data perca seu sentido histórico. A ideia da existência de um Dia internacional da mulher surgiu no contexto da Revolução Industrial e da 1a. Guerra Mundial, quando ocorria a incorporação da mão-de-obra feminina em massa na indústria.
As condições de trabalho, frequentemente insalubres e perigosas, eram motivo de frequentes protestos e muitas manifestações ocorreram em várias partes do mundo. O primeiro Dia Internacional da Mulher foi celebrado em 1909 nos Estados Unidos, por iniciativa do Partido Socialista da América, em memória da greve das operárias da indústria do vestuário de Nova York e em protesto contra as más condições de trabalho.
Em 1910 ocorreu a primeira conferência internacional de mulheres em Copenhague, dirigida pela Internacional Socialista, quando a socialista alemã Clara Zetkin pedia a instituição do Dia internacional da Mulher. Pouco tempo depois, em 25 de Março de 1911, um incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist mataria 146 costureiras.
O número elevado de mortes foi atribuído às más condições de segurança do edifício. A morte das trabalhadoras da Triangle tendo se incorporado ao imaginário coletivo é, com frequência, erroneamente considerado como a origem do Dia Internacional da Mulher.
Na Rússia, as comemorações do Dia Internacional da Mulher foram o estopim da Revolução russa de 1917. Em 8 de março de 1917 a greve das operárias da indústria têxtil representou o protesto contra a fome, contra o czar Nicolau II e contra a participação do país na 1a. Guerra Mundial, que precipitou os acontecimentos que resultaram na Revolução de Fevereiro.
Após a Revolução de Outubro, a feminista bolchevique Alexandra Kollontai persuadiu Lenin para torná-lo um dia oficial que, durante o período soviético, permaneceu como celebração da "heróica mulher trabalhadora".
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