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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Acredite, a felicidade existe





Ás vezes podemos até duvidar, mas a felicidade é muito simples. E quando você descobre isso, ela deixa de ser uma espera e passa a ser um minuto, um segundo. Encontrei-a certa vez, mas ela fugiu. Pouco depois a encontrei de novo, mas ela disse que estava atrasada e eu entendi com preguiça de filosofar. 

Mais tarde ela voltou sem falar nada e se enfiou comigo embaixo das cobertas, quentinha... Só foi embora quando o relógio despertou e eu tinha que levantar e estava frio e chovendo.

Durante o dia ela voltou em situações bobas com o sorriso de alguém que nem conheço; o pacote de balas que eu achei na gaveta, e um elogio que recebí gratuitamente. 

Ela ia e voltava, ia e voltava: como a vida. Linear são os batimentos cardíacos da morte. À noite ela apareceu na porta do meu banheiro, fez tanta força que entrou mesmo com a porta fechada. 

Focinhou a porta do box e veio na forma de um sabonete cheiroso que me trouxe uma doce lembrança. Logo depois, estava naquela toalha felpuda e macia para me enxugar.

Ela toma banho comigo quando a água leva embora coisa ruim e renova a alma. E dorme ao meu lado quando eu descanso. Às vezes ela desaparece durante tanto tempo que me falta o ar. 

Dá uma saudade louca, ela deixa um vazio depressivo, um buraco. Ela me faz sentir sendo mais uma e eu odeio ser somente mais uma. Não posso negar a dependência que eu tenho dela. Mas eu aprendi, finalmente.

Aprendi que ela não aparece apenas numa grande história de amor, ou numa viagem maravilhosa que tantas vezes foi planejada ou grande e gorda na minha conta bancária carente. 

Ela também dá as caras pelo lado simples da vida. Ontem apareceu numa tomada. Eu precisava recarregar meu celular e uma tomada apareceu do meu lado. 

Depois estava naquela mensagem carinhosa de um amigo. A felicidade entrou com o pé na porta e sentou ao meu lado. Eu não estava mais sozinha esperando o espetáculo.

O trânsito todo parado e uma criança me acena no carro ao lado. O dia meio cinzento, vai-não-vai e de repente ela surge amarela e esquenta a vida. 

Ela mora numa gaveta cheia de bobeirinhas lá em casa, que tem nariz de palhaço de festa louca, cartinha de amor antiga, nas fotos e lembranças de carinho em flores secas. 

E vem naquela soneca gostosa depois do almoço de domingo com toda familia animada. Ela é virtual quando encontro alguém que gosto no orkut; ela é fantasma quando lembro que alguém me disse que eu tinha muita sorte.

A felicidade mora num mundo pequeno e não naquele grande que faz você se perder demais. A felicidade é simples. E quando você descobre isso, ela deixa de ser uma espera e passa a ser um minuto, um segund

o. É de minutos e segundos que se faz a vida. E aí você perde menos tempo esperando e mais tempo vivendo. Entre o piegas e o chavão, é assim que vivo a vida intensamente sem esperar momentos intensos. Você já tentou?

Não fique achando que ela está lá com alguém que nem te quer. Ela pode estar numa música boba, pode ser num amigo que você não via há muito tempo ou em pequenas coisas que te faça desmaiar de rir. 

Eu sempre esperei viver uma história de cinema, ouvir cantadas de filme francês, ganhar salário de estrela, ter amigos de sitcom, ser capa de revista ou ir naquela festa de celebridades. Mas ai eu lembrei, que os filmes de que eu mais gosto são aqueles despretenciosos que contam a história de uma pessoa feliz como eu...


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Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.

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