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quinta-feira, 19 de março de 2020

Pandemias: histórias que se repetem




Mais uma vez se repete na história uma devastadora pandemia, que tem infectado milhares de pessoas e causado histeria em muitos povos. Ainda que a taxa de mortalidade tenha se concentrado mais em idosos, não deixa de causar medo nas pessoas pelas eventuais complicações que poderiam surgir.

De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) a cada dia surgem mais de 40.000 novos casos e doentes mortos, que revela o crescimento de contaminação. Portanto, assim como nossos antepassados conseguiram superar as doenças, também será possível superar essa pandemia adquirindo novos hábitos e seguindo algumas normas.





A Peste Negra na Idade Média

Na época medieval, entre os anos de 1346/1353 aconteceu o auge da Peste Negra, uma doença causada pela bactéria "Yersinia pestis". Transmitida ao ser humano através das pulgas dos ratos-pretos e outros roedores, essa peste ficou conhecida como uma das mais devastadoras pandemias na história humana.

Somente no continente europeu estima-se que tenha vitimado pelo menos 25 milhões de pessoas, o equivalente a quase um terço da população europeia na época. Acredita-se que a peste tenha se originado nas planícies áridas da Ásia Central e se espalhado principalmente pela rota da seda, alcançando a Crimeia em 1343.

As primeiras descrições da peste na China relatam casos ocorridos em 1334 na província de Hubei, que acabou se espalhando por outras províncias. Autores da época estimaram quase 2/3 da população da China tenha sucumbido. Após a conquista da China, a peste se espalhou pela Europa e pelo Oriente Médio. Em algumas regiões morreram tantos habitantes que tiveram de ser queimados em piras, já que não havia mão de obra suficiente para enterrá-los.






Vários navios genoveses fugiram da peste, chegando a diversos portos europeus com os porões cheios de ratos e cadáveres dos marinheiros. Apesar de algumas cidades terem recusado que os navios atracassem em seus portos, os ratos escapavam pelas cordas e invadiam as cidades. 

A primeira cidade infetada pelos navios genoveses foi Constantinopla, chegando a Messina, Gênova, Pisa, Ragusa, Veneza até Marselha. Em menos de um ano todas as costas mediterrânicas estavam infetadas.

A morte de grande parte da população criou um desastre econômico. A produção de alimentos e produtos diminuiu. Impostos foram perdoados e os mais ricos fizeram doações. O 

Papa Clemente VI contratou vários médicos extras durante a epidemia. Um deles foi o médico Guy de Chauliac, que se tornou famoso por ter se empenhado no estudo da doença.





Segundo o famoso médico Guy de Chauliac, a peste manifestava-se com febre e expectoração sanguinolenta e os doentes morriam em três dias. Quem sobrevivia a essa fase, começava a apresentar inchaços na virilha e axilas que cresciam. Logo se tornavam negras, se espalhavam pelo corpo e os doentes morriam em 5 dias. 

A doença era tão contagiosa que se propagava rapidamente de uma pessoa a outra, resultando no afastamento social e familiar. O pai não ia ver seu filho nem o filho ia ver seu pai. A caridade desapareceu e muitos médicos fugiram para longe. Porém em meio a tanto desespero e irracionalidade, alguns médicos se dispunham a atender os pestilentos. 

Usando capas e máscaras especiais, eles prescreviam à distância e lancetavam os bubões com facas de até 1,80 m de comprimento. Compadecidos pelo sofrimento de doentes e médicos, os doentes foram levados para dentro dos mosteiros, resultando na contaminação e morte de centenas de freiras e seminaristas. Nostradamus deu conselhos profissionais sobre as medidas preventivas: remover rapidamente os cadáveres infectados, tomar ar fresco, usar água potável limpa e um suco preparado com rosa mosqueta. 





Posteriormente outras epidemias notáveis ocorreram, como a Grande Peste de Lisboa em 1569, período em que morriam 600 pessoas por dia, a Peste Espanhola de 1596-1602, período em que teriam morrido um milhão de espanhóis, a Peste Italiana entre 1629-1631, a Grande Praga de Londres em 1664-1665 e a Grande Peste de Viena em 1679. 

Esse ciclo de horror e pestilência bubônica devastou cidades inteiras. O ímpeto dessa onda epidêmica só diminuiu quando as pessoas se conscientizaram que era preciso permanecer em casa, evitar as viagens e o transito nas ruas.

Galpões onde se processava a seda e casas de madeira foram queimados, passando-se a usar pedras e tijolos nas construções, mas também resultou em novos hábitos de higiene...




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Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.

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