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sexta-feira, 10 de maio de 2013

Síndrome de Alice




O clássico conto de "Alice no País das Maravilhas" de Lewis Carroll conta que, certa manhã enquanto Alice estudava no campo junto com sua professora, como de hábito ela fechou os olhos pois assim podia deixar sua mente vagar na imaginação. Adormecida, Alice iniciou uma estranha viagem. 

Vendo um coelho apressado ela gritou para que ele esperasse, mas ele entrou correndo num buraco.  Quando Alice quis acompanhá-lo, ela caiu num poço sem fundo. Finalmente ela parou num corredor mágico e tornou a ver o coelho que sempre repetia: Estou atrasado! Estou atrasado! 

Para continuar a seguí-lo ela teve de seguir as recomendações de beber uma poção. De repente ela começou a diminuir de tamanho e foi ficando bem pequenina. Quando finalmente chegou então ao País das Maravilhas, dois irmãos riram dela devido à sua pequenez. 

Alice viu novamente o coelho e indo atrás dele entrou numa casa. Comeu um bombom que estava em cima da mesa e começou a crescer. Cresceu tanto que transbordou da casa. Em vez de ajudá-la, o coelho preferiu sair correndo dali. Então Alice mordeu uma noz e ficou pequena de novo e saiu dali apressada. 






No caminho Alice encontrou o Gato dos Desejos que lhe perguntou: - Para onde você quer ir? Ela respondeu: Eu não sei, tanto faz. Quero apenas sair daqui. Daí o gato complementou: - Bem, para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve...

O Gato levou-a para uma festa esquisita. Lá uma lebre disse-lhe que estavam a celebrar uma festa de "desaniversário", mas quando quis saber como encontrar o coelho lhe indicaram um cruzamento de mil caminhos. Alice escolheu um ao acaso. 

Depois de muito caminhar Alice finalmente encontrou o coelho, mas ele mandou-a embora porque a Rainha estava a chegar. Alice não percebeu nada. Viu uns valetes com pernas a pintar as rosas de vermelho que falavam. 

De repente chegou a Rainha querendo jogar criquet com Alice. O gato fez cair a Rainha, porém ao levantar-se ela gritou que lhe faltavam os brincos reais. A Rainha acusou Alice e mandou que os carrascos lhe cortassem a cabeça. Apavorada, Alice deu um grito e voltou ao mundo real. Teria sido um pesadelo? 





Quem não sabe para onde vai, 
qualquer caminho serve...


A mesma história acontece com quem sofre da Síndrome de Alice: não sabe onde está e nem onde quer chegar. E quando resolve correr atrás de um objetivo não presta atenção para onde está seguindo, tornando a sua vida e a vida de outros em um pesadelo.

Assim como Alice, há pessoas que vivem sem objetivos, que navegam pela vida como um barco à deriva, sem direção. Elas só querem admirar a paisagem e preferem sentar no banco do passageiro, deixando que outros as conduzam. 

Para essas pessoas restam apenas duas opções: chegar a qualquer lugar ou a lugar nenhum. E quando encontram um objetivo, mergulham nele sem se importar com as consequências desastrosas.

Por falta de autoconhecimento, ora se sentem grandes e corajosas, ora se sentem pequenas e diminuídas. E, por não estarem atentas à realidade, ora fazem projetos acima de suas reais possibilidades, ora reclamam de tudo: do emprego, da conjuntura econômica, das circunstâncias e do seu estilo de vida. Elas perdem tempo reclamando da vida e de seus fracassos, deixando passar as oportunidades que encontram. 

Quem pensa que a vida é como um conto de fadas, invariavelmente pensa que pode trocar o mundo real pelo irreal. Diante de fracassos podem até culpar outros, sem perceber que a responsabilidade de sua vida está em suas próprias decisões. Porém em algum momento da vida essas pessoas acabarão sentindo desconforto ao se confrontar com a realidade. A vida é bela, mas nem sempre tão cheia de maravilhas...



2 comentários:

Érima de Andrade disse...

Bem bacana.

Lucia de Belo Horizonte / MG disse...

Olá Erima: obrigado por sua visita e comentário. Volte sempre. Abraço.

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Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.

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