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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Resiliência





Resiliência é a chave para uma pessoa gerenciar pressões e stress. Pessoas resilientes enfrentam as adversidades com lucidez, de uma forma que a torna permeável ao processo de mudança. 

A palavra Resiliência vem do latim “resílio”, que significa voltar ao estado natural. É um termo tomado de empréstimo da física, se refere à propriedade que alguns materiais tem de se deformar quando submetidos a pressões e em seguida voltar ao estado anterior sem alterações.

O conceito de resiliência para as ciências humanas é a capacidade de uma pessoa possuir uma conduta sã num ambiente insano, ou seja, capacidade de sobrepor-se e construir-se positivamente frente às adversidades. 

Pessoas resilientes conseguem superar um trauma sem sofrer as consequências negativas do stress, enfermidades físicas, emocionais e distúrbios psicosomaticos. Essa capacidade de superação decorre de uma grande energia interior. 

A peculiaridade da resiliência está no fato da pessoa poder escolher como quer perceber e responder às situações adversas. A resiliência permite uma mudança significativa nas atitudes e na qualidade de vida da pessoa diante do caos do dia-a-dia, das cobranças, prazos, pressões, tensões e stress acumulado. Isso não significa ausência de dores emocionais, a diferença consiste na forma de vivenciá-las. 

Pessoas resilientes apresentam grande capacidade de adaptação. Há duas palavras em nossa língua que são similares na forma de pronunciar, mas opostas no significado: adaptação e acomodação. 

Adaptação é o ajuste de um organismo ao meio ambiente. Já a acomodação significa estabilidade, equilíbrio e repouso. Quando aplicados ao homem, é possível perceber que o acomodado está estável e não muda, enquanto o adaptado muda o tempo todo para acompanhar as mudanças que acontecem ao seu redor. O resiliente se adapta, nunca se acomoda.






De acordo com a Internacional Stress Management Association, entidade voltada para a prevenção e o tratamento do stress, as pessoas resilientes sofrem o impacto da mudança e as dores emocionais que estas mudanças ocasionam, mas reúnem forças e se reposicionam. 

A adaptabilidade que pessoas resilientes demonstram e sua capacidade de recuperação após o impacto inicial da mudança, permitem que elas evitem as disfunções do choque no futuro.

Ao contrário de se tornarem vitimas de mudanças, pessoas que demonstram características resilientes geralmente prosperam durante a quebra de suas expectativas e a desordem de uma adversidade.

As pessoas resilientes não enfrentam menos desafios que outras em época de crise, mas elas tipicamente recuperam seu equilíbrio mais rapidamente. Elas mantem um nível mais alto de qualidade e produtividade nas dimensões pessoal e profissional, preservam a saúde física e emocional e alcançam mais o objetivos. 

Essas pessoas também são suscetíveis ao stress da mudança mas estes efeitos são mais frutíferos do que danosos. De um modo geral, as pessoas não podem saber se vão ou não ficar com raiva ou tristes quando algo inesperado acontecer em suas vidas, mas podem definir quanto tempo vão querer ficar alimentando esse sentimento e o que irão fazer para canalizar essa emoção com uma ação construtiva. 

O resiliente opta pela criatividade e inteligência diante de uma situação adversa, transformando deliberadamente desânimo em persistência, descrédito em esperança, obstáculo em oportunidade, tristeza em alegria. 

Esta postura solucionadora diante da vida é prova de que a pessoa não precisa deixar as emoções de lado para tornar-se resiliente, precisa apenas desenvolver novas aprendizagens no sentido de superar desafios com o máximo de competência, sabedoria, excelência e saúde.




Resiliência é o sinal mais certo 
de inteligência emocional ampliada.


A composição das características de uma pessoa resiliente é identificada pela formação genética, sócio-cultural e por traços de personalidade. As pessoas resilientes geralmente:
  • São autoconfiantes, 
  • Acreditam em si e naquilo de que são capazes de realizar por si mesmas.
  • Gostam e aceitam mudanças, 
  • São abertas às novas experiências e a formas inovadoras de fazer as coisas. 
  • São altamente criativas, 
  • Procuram constantemente por inovações e se adaptam a elas.
  • Encaram as situações de stress e adversidade como um desafio a ser superado.
  • Tem baixa ansiedade e alta extroversão 
  • Sabem automotivar-se
  • Tem autoconceito e autoestima positivos
  • Conseguem administrar seus sentimentos e suas emoções em ambientes imprevisíveis e emergenciais.
  • São emocionalmente inteligentes, conhecem suas emoções, sabem administra-las.
  • Reconhecem emoções em outras pessoas e sabem manejar relacionamentos.
  • Dispõem de uma eficaz capacidade de resposta, 
  • Mantêm altos níveis de clareza, concentração, 
  • Tem calma e orientação frente a uma situação adversa.

A agilidade e o entusiasmo que pessoas resilientes demonstram ao enfrentarem adversidades resultam de uma elasticidade que lhes permite permanecer relativamente calmas em ambientes imprevisíveis. Elas podem se recuperar repetidamente ao serem submetidas ao stress da mudança. 

Na realidade, quando pessoas resilientes enfrentam a ambiguidade, ansiedade, e a perda de controle que acompanham uma mudança, elas tendem a se fortificar com as experiências, em vez de se sentirem esgotadas. A mudança provoca uma crise quando quebra significativamente as expectativas sobre questões e eventos importantes.






Os chineses expressam o conceito de crise com dois símbolos separados: ela pode representar o perigo em potencial ou pode representar oportunidades ocultas. Combinando estes dois símbolos, os chineses perecem estar caracterizando a mudança como um paradoxo.

Toda vivência humana pode ser expressa em termos de paradoxo, O plugue elétrico que entra na tomada tem dois pinos, cada um acessando uma carga: a positiva e a negativa. Dessa oposição vem o proveito da corrente elétrica. 

O dia apenas é compreensível em contraste com a noite. O masculino apenas é relevante em contraste com o feminino. A atividade apenas tem significado em relação ao repouso. O paladar é uma questão de contrastes. O para cima apenas é possível na presença do para baixo. O que seria do norte sem o sul? Onde a alegria não está limitada pela sobriedade?

Por alguma razão incompreensível as pessoas rejeitam frequentemente essa natureza paradoxal da realidade e num momento de tolice, acham que podem funcionar fora dela. No mesmo instante em que o fazem, traduzem o paradoxo em oposição. 

Quando o lazer é arrancado do trabalho, ambos ficam danificados. O sofrimento pessoal começa quando as pessoas se martirizam entre estes dois opostos. Ao tentar abraçar um, sem pagar tributo pelo outro, degradam o paradoxo transformando-o em contradição. Entretanto, os dois pares de opostos devem ser igualmente honrados.

Suportar a própria perplexidade é o primeiro passo para a cura. Então a dor da contradição se transforma no mistério do paradoxo. Ele força as pessoas a irem além de si mesmas e destrói adaptações ingênuas e inadequadas. 






A maior parte do tempo as pessoas sustentam dois pontos de vista antagônicos e evitam o confronto. Esta é a realidade de muitas vidas modernas. Num dia comum tem incontáveis exemplos dessa opinião dividida: “preciso ir ao trabalho mas não tenho vontade”; “não gosto do meu vizinho mas preciso ser educado com ele”; “Deveria perder peso mas gosto muito de certos alimentos”; “meu orçamento está apertado mas…”

Por mais doloroso que isso possa parecer, essas ilusões devem ser desfeitas. Não é possível simplesmente apagar um lado da balança, mas é possível mudar a maneira de olhar para o problema. Quando se aceitam estes elementos opostos e suportam a colisão deles com plena consciência, abraçam o paradoxo. 

A capacidade para acolher o paradoxo é a medida da resiliência e o sinal mais certo de inteligência emocional ampliada. Na medida em que as pessoas encontram o seu maior medo é aí que ela vai se desenvolver em seguida. 

O ego é moldado como o metal, entre o martelo e a bigorna. Isso é para os corajosos e não é fácil encontrar uma natureza moral ou ética forte o bastante para o processo. 

O heroísmo poderia ser redefinido em nossa época como a capacidade de aguentar o paradoxo e a pressão que ele provoca. Dar passagem ao paradoxo dentro de si mesmo, consentir a ele é consentir à aceitação que é maior que o ego. 

A vivência de conforto fica exatamente neste ponto de insolubilidade no qual acham que não podem mais prosseguir. Isso é um convite para aquilo que é maior do que o próprio eu.




A vitória pertence não aquele que nunca cai, 
mas sim aquele que nunca desiste de levantar.


A resiliência ampliada depende da capacidade de equilibrar a necessidade do ego de fazer com a capacidade inata de ser. Esta conciliação pode proporcionar a felicidade e a pequena medida da paz que todos buscam. Inteligência do sucesso é a inteligência do resultado; é ser capaz de atingir seus objetivos. 

Raramente uma pessoa que não é resiliente tem sucesso. Mais que superar uma situação difícil e recomeçar, a resiliência traz em si o conceito da fé e esperança. Isso realmente dá a cada um de nós um poder fascinante e grandioso. Na próxima vez que você cair, terá aprendido que a queda faz parte do caminho daquele que busca realizar seus sonhos, objetivos e metas. 

A vitória pertence não aquele que nunca cai, mas sim aquele que nunca desiste de levantar. Resiliência é a competência do momento e um profissional resiliente é antenado no mercado, consegue entregar o que promete, é capaz de promover mudanças estratégicas e entender seu valor. Fazendo uma junção de alguns conceitos sobre resiliência, pode-se concluir que é a capacidade de:
  • Promover as mudanças necessárias para atingir seus objetivos e os da empresa
  • Vencer as dificuldades, os obstáculos, por mais fortes e traumáticos que elas sejam
  • Manter as competências e habilidades, mesmo diante das adversidades
  • Antecipar crises, prever adversidades e se preparar para elas
  • Ter firmeza de propósito e manter a integridade.
Hoje no mercado, as empresas vêm buscando esses profissionais capazes de suportar o estresse e se adaptar a ambientes conturbados. Um profissional resiliente é capaz de administrar uma situação estressante, visualizando o problema como um todo. Ele terá forças para enfrentar a adversidade e ainda será capaz de apresentar soluções criativas e eficazes. 





Parece algo impossível, algo mágico, não é mesmo? Mas, a boa notícia é que todos nós podemos nos tornar resilientes. Abaixo seguem 10 dicas para quem quer ser um profissional resiliente e fazer a diferença:
  1. Mentalize seu projeto de vida, mesmo que ele não possa ser colocado em prática imediatamente. Sonhar com seu projeto é confortante e reduz a ansiedade.
  2. Pratique esportes, métodos de relaxamento e meditação para aumentar o ânimo e a disposição. Os exercícios aumentam o nível de endorfinas, hormônios que proporcionam sensação de bem-estar.
  3. Transforme-se em um otimista em potencial.
  4. Apure o senso de humor, desarme os pessimistas de plantão.
  5. Procure manter o lar em harmonia, pois este é o ponto de apoio para recuperar-se.
  6. Estude. Aproveite parte do tempo para ampliar os conhecimentos, pois isso aumenta a autoestima. 
  7. Assuma riscos, tenha coragem.
  8. Separe bem, quem você é do que você faz.
  9. Use a criatividade para quebrar a rotina.
  10. Permita-se sentir dor, recuar e, às vezes, flexibilizar, para em seguida retornar ao estado original.
A minha intenção não é trazer aqui um manual perfeito que, ao seguir, você se tornará um resiliente nato. Importante é ler as dicas e pensar na maneira de tornar sua vida melhor, como você pode aplicar tais dicas para sua carreira, sua vida social e seus relacionamentos. Você não se tornará uma pessoa resiliente do dia para a noite, mas com determinação e força de vontade conseguirá mudar a sua vida. Acredite em seus sonhos e siga suas metas!...


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Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.

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